Em janeiro de 1996 de frente para a Torre Eiffel e pronta para a primeira foto veio uma emoção tão grande, junto com as lágrimas nos olhos e as páginas dos meus livros de história e enciclopédias passando na minha cabeça. Sim enciclopédias! Barsa, Larrouse e Conhecer. Durante anos foram minhas fontes de pesquisa para a escola. Ficava vendo as fotos e na época nem cogitava estar lá.
O Coliseu estava fechando para reforma. Éramos sete, alguém falou: Vamos ver se dá para conhecer lá dentro. Chegando no meio da Arena, olhando de lá, fechando os olhos e
imaginando como acontecia nos filmes e histórias que conhecia, a emoção aflorou novamente. Ainda parecia um sonho, ver no papel, ouvir as histórias, ler… nada se aproximava a sensação que estava sentido. Sei que para chegar nesse momento e sentir o que sentia foi além do conhecimento teórico, mas com certeza, ele foi e é fundamental.
Estar aberta para conhecer, apreender, sonhar, sentir… com respeito e valores sólidos, com certeza, faz a diferença. Descobri que nos permitir abrir nossos horizontes é o primeiro passo para uma vida além da nossa bolha, da zona de conforto. Nos escutarmos e aprendermos a “ler” nossos sentidos ajuda muito, junto com fatos, experiência de vida e aprendizagem vicária. Tudo soma! Desde o sentimento que não queremos sentir até o que não podemos controlar.
Tive o privilégio de vir de uma família híbrida de afeto e conhecimento e crescer num lugar de mais desenvolvimento durante minha infância e adolescência, conhecer mundos e pessoas as mais diversas. Vivenciar discriminação na infância, indireta e diretamente, por causa de uma meningite que deixou sequelas também me construiu. Agradeço sempre a Deus, por ter me permitido ter essa pessoa, literalmente especial, na minha vida.
Momentos de baixa também tive e tenho, atualmente, mais amenos. Cada pessoa reage de uma forma, no seu tempo. Mais uma vez me considero uma pessoa privilegiada, por
ter uma rede de apoio muito importante na minha vida. Aprendi com o meu pai a importância das relações. Hoje sei que mais do que ter é importante nutri-las. Ter pessoas que torcem por nós, ficam felizes com nossas conquistas, mas também “sentam na lama ao nosso lado e dizem: VAI!!! Eu estou aqui”, assim como o Simon Sinek falou em uma de suas entrevistas. É muito mais do que ganhar na loteria.
Hoje cada vez mais apaixonada por conhecer e estudar as conexões humanas e não humanas estou conhecendo e desbravando meu mundo interior. Acredito cada vez mais que
tudo está conectado. Poder aprender sozinha, com os outros e através das relações é muito importante, mas estar buscando abertura para o conhecimento é fundamental. Por isso, busco exercitar o foco como um meio importante de me dar conta e sempre que possível reaprender.
Quando imaginaria que uma dona de casa com três filhos (adolescente, pré-adolescente e criança), após 18 anos da sua primeira formação voltaria para os bancos escolares, se tornaria psicóloga com mais um filho nascendo e após a especialização e algumas formações ia construir uma vida pautada pelo lifelong learning? Uma paixão e curiosidade crescente pelas mais diversas áreas e pelas conexões humanas e não humanas. Idealizei a Conecta-Ação que foi, e continua, se desenvolvendo na busca pelo equilíbrio entre as
conexões humanas e não humanas. Considero não humanas a natureza, plantas e animais, os robôs, IA (inteligência artificial), a IAG (IA generativa, Siri, Alexia…), chatboats conhecidos por personagens de IA, a própria internet (redes sociais, algoritmos) e o que surgir. A IA Sensitiva esta começando se fazer presente.
Quando imaginaria que…